quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pecados+Reconhecimento+Arrependimento = Deus

            O pecado, em si, me afasta de Deus (Isaías 59: 2). Mas é imprescindível que eu conheça meus pecados para me achegar diante de Deus (Tiago 4: 8, 9, 10). Essa dualidade da maneira como encaramos o pecado é decisivo para nosso amadurecimento e crescimento espiritual.
            Se olharmos para o Antigo Testamento, e repararmos na maneira como Deus tratava a Israel quando o povo se distanciava da sua lei perceberemos uma lógica aparentemente contraditória: Deus mostrava ao povo seus próprios pecados, suas transgressões e maldades. Deus tratava Israel com correção e sabia que era a lei, com suas bênçãos e maldições, que deveria pesar sobre o povo. Há dezenas de passagens onde o povo é conclamado a arrepender-se de seus pecados e voltar-se para Deus. Grandes partes do conteúdo dos livros proféticos tratam disso.
            Existe uma relação muito íntima da maneira como vemos o pecado e o sentimos como a nossa intimidade com Deus. Quando Isaías viu o Senhor no alto e sublime trono, a primeira reação do profeta não foi nada parecida com o que é pregado em muitos púlpitos e shows gospel hoje: não houve pulo, alegria ou dança; está mais para temor e profundo terror: Ai de mim, homem impuros lábios que habita no meio de um povo de lábios impuros (Isaías 6:5). Se quisermos realmente ser tocados, e não somente tocados, transformados por Deus, precisamos antes passar pelo processo de humilhação, não ante as afrontas e quedas, mas a humilhação de sabermos que somos pecadores diante de Deus Santo.
            O grande problema é que somente teremos conhecimento de nossos pecados, quando tivermos dois entendimentos, que não são alcançados de um dia para o outro, e menos ainda se concretiza na nossa vida carnal (creio que só teremos uma visão real disso quando morarmos com Ele): conhecermos Deus, seus atributos, seus pensamentos, seu modo de agir e suas obras e promessas e compararmos como somos descritos ao decorrer das escrituras. Veremos que essa visão triunfalista de muitos é baseada em pequenas passagens isoladas, que ainda que possam ser verídicas, passam longe da nossa natureza real: decaída, má, pecadora e carente da misericórdia de Deus.
            Você acha que é salvo por suas virtudes ou promessas? Acha realmente que Deus realmente viu em você alguma coisa? Irmãos, somos frutos das misericórdias de Deus. Quando eu vejo alguém se gabar de seus prodígios em cima de púlpitos, ou de como são isso ou aquilo, que tem bênçãos de Deus, minha pergunta é: será que ele conhece o meu Deus realmente? Porque homens como Paulo consideravam tudo o que tinham de mais valor como perda diante do conhecimento de Cristo. E o próprio Cristo tinha uma visão humilde, de que veio para servir. Dá-me ira quando muitos pregadores usam o Cristo Servidor como demonstração de nossa importância. Ele nos serviu para que fizéssemos o mesmo, e não para nos gabarmos de sermos servidos.
            Peço todos os dias que Deus, por intermédio de Cristo e pelo Espírito Santo me dê duas graças, acima de todas: humildade e que ele nunca me deixe me acostumar com meus pecados. Porque eu peco continuamente. E não digo isso simplesmente porque sei que sou pecador. Há circunstâncias e situações, coisas que faço conscientemente e sei que são pecados, que depois me trazem dor, vergonha. Não digo isso por vanglória. Falo porque que há muitos irmãos que são ensinados a ter vergonha do que não tem. Está se criando uma geração de crentes frustrados, não por serem derrotados, mas por serem sufocados por mensagens e pregações que mais trazem fardos pesados do que o fardo de Cristo.
            Irmãos, precisamos voltar a essência do evangelho. Uma vida baseada na piedade e não na carnalidade. Sim, precisamos dar frutos. Mas a que custo? E o maior fruto de um cristão, que lhe assegura a salvação não é o carro zero, a casa, e muito menos os frutos que muitos pastores pregam serem espirituais, mas geralmente partem de uma mentalidade quantitativamente econômica: o ganhar almas. Jesus disse que não vale a pena o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. O verdadeiro fruto, o único que Jesus assegura a salvação é a perseverença. Mas o que perseverar até o fim será salvo. Veja o contexto de Mateus 24: 4 a 13.
            Leia a escrituras. Conheça a Deus, conheça os seus pecados e ore. Busque em Deus a misericórdia, para que ele nos entristeça conforme a sua vontade, para que possamos nos arrepender e nos voltar a Ele (II Coríntios 7: 10)
           

           

            

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