domingo, 31 de março de 2013

Humildade



            A carta de Paulo aos Romanos é considerada o ápice da teologia evangélica. Há tantas coisas reveladas nesta carta, que podemos continuar a estuda-la e ficar estupefatos com a quantidade de revelações que encontramos nela. Não sou um teólogo por formação, estou mais para curioso, autodidata, se preferir. Mas entendo o amor de Lutero a esta carta. O plano de Deus, o papel dos judeus no reino dos céus, o pecado, ira de Deus, justificação, trato com o próximo...·.
            Mas quero chamar a atenção do amigo leitor para os versos que Paulo trata sobre como devemos tratar os dons na igreja e nossos irmãos. Romanos 12 é um dos capítulos mais claros sobre o desejo de Paulo sobre o comportamento do crente como membro da igreja. A partir do verso 3 ele começa a falar sobre como devemos tratar os demais membros e como devemos vê-los em relação a nós. A primeira noção, corpórea, Paulo usa a maneira como o corpo possui vários membros, sendo eles todos necessários.         Em seguida Paulo fala sobre cada ministério em particular (Romanos 12: 7,8). Mas creio que o resumo do capítulo seja o verso 16: não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes. Esse verso parece ser uma antítese de I Coríntios 12: 31, quando Paulo nos exorta a buscar os melhores dons (dos quais a seguir ele usa um capitulo inteiro para falar do maior, o 13). Sabe qual é o problema: nossa visão humanista nos diz que o melhor e maior só o é em comparação ao menor. A nossa dogmática nas igrejas hoje usa o mesmo sistema de competitividade das empresas, onde só existe uma empresa melhor enquanto outra não a supera-la. Não foi uma ou duas vezes que ouvi na congregação frases do tipo: A nossa congregação é mais importante, tem mais jovens, ou, nossos congressos devem ser exemplo para os outros, ou coisas piores como nossa igreja é melhor que as outras. Por mais que líderes usem o argumento motivacional (que eu odeio, abomino, com todo o meu coração ver isso nas igrejas!), o fato é que isso alimenta na igreja uma espécie de rat race evangélica. Esse é um termo usado por executivos americanos para falar sobre a corrida do primeiro milhão da carreira dos famosos yuppies (executivos jovens do Wall Street). O sentimento que isso gera dentro de uma congregação é devastador. É muito comum vermos divisões de departamentos (Jovens, Irmãs, Missões e Evangelismo, adolescentes) um microcosmo rival, onde cada um deles possui ações específicas e únicas, pelas quais somente eles são responsáveis. Não há cooperação. Ajuda. É comum vermos troca de dirigentes serem motivos de briguinhas, pois é normal um líder ter uma visão mais voltada para o amadurecimento (investindo em missões, ensino, irmãs) e outro com um escopo mais ousado (jovens, adolescentes, crianças).
            É óbvio que o ideal seria uma espécie de temperança, mas se olharmos para dois grandes líderes do velho testamento (Moisés e Josué), veremos num um homem cuja marca foi a experiência, o teste de amadurecimento e com outro um conquistar, guerreiro. Não que ambos não tivessem características semelhantes, mas é tácito que suas diferenças moldaram suas gerações. Mas houve uma continuidade, coisa que nas igrejas de hoje, é difícil.
            Eu sei que quando pastores qualificam suas igrejas eles estão tentando ganhar influência, afim de não perder membros. Começam a colocar a por b porque suas igrejas são mais diferenciadas, seja pelo estilo conservador ou liberal. Isso sempre houve, mesmo na igreja primitiva (a discussão de Paulo e Pedro sobre cristãos judeus e cristãos gentios). O grande problema é que na antiga igreja houve um consenso de paz, onde as diferenças foram minimizadas (não retiradas) com a ideia de que cada crente deveria continuar naquilo que foi chamado (Atos 15, I Coríntios 7: 24, e de preferência leia toda a carta aos Gálatas).
            Eu creio firmemente que, ainda que vezes o evangelho seja pregado de forma distorcida, estes ministérios têm formado crentes fiéis, pela simples graça de Deus e não por suas qualificações. O problema é que este tipo de pensamento tem gerado crentes com tendências megalomaníacas, onde, no lugar da semente da palavra, o ego tem sido semeado. A palavra se torna uma ferramenta, uma arma contra os próprios irmãos da igreja. Crentes presunçosos, orgulhosos, amantes de si mesmos e de suas visões. Tenho que aceitar o fato de que minha visão também semeia isso (somos propensos a radicalismos). Quando eu digo que precisamos voltar ao cristianismo bíblico, sempre corro o perigo de deixar manifestações pentecostais (das quais creio) em detrimento ao estilo mais conservador, duro. Eu corro o risco de querer explicar demais coisas que somente através de experiências espirituais podem ser entendidas. É por esse motivo que sempre peço a Deus um direcionamento temperado, moderado.
            E é neste ponto que entra a humildade, o sal do cristão. Se quisermos testar nossa visão, nosso trabalho, nosso modo de viver, a maneira como obedeço, prego, louvo, lidero, precisamos testar o nosso olhar crítico nos comparando ao que a bíblia descreve com exemplos por todos os livros do antigo e novo testamento.
            Por exemplo, José, governador do Egito. Quem não gostaria de ser governador de um dos maiores reinos da história da humanidade. Mas se vermos as provações de José como ardis do inimigo, e a experiência de rever os irmãos como exemplo de justiça divina (nunca me esqueço de uma mensagem que me motivou muito sobre José, num grande congresso pentecostal) cairemos na armadilha do orgulho, prepotência. Já vi muitos pregadores contarem histórias lindas pela metade (como a do rei Uzias, que durante um bom tempo reinou e obedeceu a Deus, mas teve tanto orgulho de si mesmo que acabou se tornando um rei perverso no final, como conta II Crônicas 26). Mas a mesma história é contada pelo próprio José pela perspectiva divina, na qual o ato dos irmãos foi direcionado por Deus, a fim de salvar eles próprios, por causa da promessa feita a Abraão (Gêneses 45: 4 a 8; 50: 19 ,20 ,21).
            A verdadeira humildade não significa necessariamente humilhação (mesmo que muitas vezes faça parte do processo), mas um sentimento baseado na convicção de que Deus está no controle. Se pregar, prego porque Deus está no controle, e não por causa de minhas qualificações ou talentos. Se cantar, canto pela graça de Deus, ainda que pessoas que não possuem uma voz tão bela e afinada consigam abençoar muitos pela sua sinceridade e paixão. Eu não estou falando em se acostumar, ou desleixo. Se em coisas mundanas é necessário qualificação, quanto mais a obra de Deus.
            É por isso a necessidade de conhecer mais a Deus, Cristo e o Espírito pela palavra. É nela que se encontram exemplo de homens e mulheres que passaram situações semelhantes as nossas, e é ali que encontramos em forma de doutrina o verdadeiro fervor cristão. Oração sem Bíblia gera ações e palavras inconsequentes, porque oração é simplesmente um clamor do coração, que segundo a Bíblia, é enganoso e perverso (Jeremias 17: 9). Mas uma oração com um coração cheio da palavra torna-se uma oração de fé, cheia de poder e graça de Deus, que nos molda segundo o coração de Cristo, que é manso e humilde (Mateus 11: 29).
            Imaginemos se Jesus tivesse um coração como a de muitos crentes, ou parecido com as mensagens pregadas em muitos púlpitos hoje, sem aceitação de derrotas ou humilhações, buscando apenas proveito próprio em tudo. Será que Cristo se deixaria ser tentado por Satanás no deserto? Pior, teria ele aceitado a cruz?
            Por isso Paulo aconselha aos Filipenses:
            De sorte que haja entre vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus; mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante a homens, e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.” Efésios 2: 5 a 8.
            Em I Pedro 5: 5 Pedro nos diz (a nós jovens, mas creio que seja uma mensagem universal), que não só devemos ser humildes: devemos nos revestir de humildade. Em Provérbios 15: 33 a humildade precede a honra.
            Sem humildade, não podemos nos achegar a Deus, pois o caminho até ele se chama humilhação (Tiago 4: 6 a 10 e I Pedro 5: 6). Irmão, te convido a uma reflexão: a maneira como você trata seu ministério e seu próximo é biblicamente humilde, servidor, ou a arrogância e orgulho são bases do teu ministério? Vá às escrituras, busque em Deus um auxilio. Creio que, independente da sua resposta, todos nós precisamos ter em nós o mesmo sentimento de Cristo.



            

quinta-feira, 28 de março de 2013

Evangelismo é pregar a Cristo, não uma igreja



            Tenho pedido a Deus que ele molde meu caráter conforme a imagem e semelhança de Cristo. Isso é perigoso. Porque na mesma proporção que as verdades bíblicas se revelam de maneira graciosa tanto ao meu entendimento quanto ao meu coração, certas verdades que eu considerava inalteráveis são destruídas com a força de uma bomba nuclear.
            Sempre pensei e imaginei que o ato de evangelizar partisse de um pressuposto teológico, pelo qual, de maneira lógica e sistemática, nós apresentamos Cristo a uma pessoa não salva. Sendo assim, todo o conhecimento possível, seja na forma bíblica, social e cultural, que possa influenciar uma pessoa a Cristo, não somente é viável como é necessário. Fiz muitos evangelismos assim. Apresentava um papel com versos bíblicos e uma breve meditação, convidava a pessoa para vir à igreja e, se ela me concedesse oportunidade, falaria de Cristo. Simples. Racional. Funciona às vezes.
            Mas hoje, no caso ontem, quinta-feira, vivenciei uma experiência que cabalmente sepultou qualquer ideia desse evangelismo marqueteiro. Porque, vamos aceitar o fato irmãos, não estamos fazendo evangelismo de Cristo, estamos fazendo publicidade para a igreja!
            Eu estava trabalhando (trabalho numa fábrica de calçados, e de vez em quando sobra um tempo pra conversar) quando, conversando com uma colega, descobri que ela era desviada. Ela disse saber que estava errada, mas que era difícil voltar...de repente, uma colega do lado perguntou: O que é ser desviada?
            Eu não sei de que maneira eu consegui, mas em cinco minutos, consegui falar para ela doutrinas sobre pecado, sobre como ninguém pode salvar-se por si próprio, e como a graça e misericórdia de Deus operou na humanidade através de Cristo, de maneira que todo aquele que crê (não aceita, isso é pra mim é profano, falarei disso outro dia) em Cristo é salvo, não pelas obras, mas pela fé, que nos justifica diante de Deus, nos fazendo participantes de um reino glorioso que virá quando Cristo voltar para julgar todos, vivos e mortos, diante de um tribunal, onde todos serão julgados conforme suas obras. Mas mais ainda, falei sobre a alegria da salvação, fui bem especifico ao dizer que nenhum prazer deste mundo, seja sexo, drogas, bebidas, festas, nada, pode se comparar com a glória, a majestade o poder de Deus e sua salvação graciosa aos que creem.
            Então ela perguntou: o que eu preciso para ser salva? O que eu respondi? Aceite Jesus, vá a alguma igreja, se batize e vire crente? NÃO!!! Falei o que Cristo falou: arrepende-te dos teus pecados, creia no evangelho de Cristo e viva uma nova vida para Deus! Disse a ela: Isso não é fácil, na realidade é bem difícil, é uma porta estreita, um caminho estreito, uma vida de sacrifícios, possivelmente de humilhações e privações, mas ainda assim é o único caminho pelo qual uma pessoa pode encontrar a verdadeira alegria de ter Deus na vida, de ter a certeza da salvação, de que nada, nem morte, anjos, principados, nada pode nos afastar do amor de Deus em Cristo Jesus, e que um dia, viveremos num lugar onde não haveriá nem sol nem lua porque a própria glória do Senhor nos iluminaria para sempre!
            A moça me olhou estupefata. Não sei se de pavor, medo ou maravilhada. Mas não houve quebrantamento. Não houve choro. Mas aconteceu aquele momento, em que o pecador se vê diante da verdade: eu estou sem Deus! Durante um bom tempo ela ficou em silêncio, a desviada ficou em silêncio. Depois disso não pude falar com ela. Mas tenho certeza que eu não perdi a oportunidade de pregar a Cristo, crucificado, morto e ressuscitado!
            O que realmente me deixou maravilhado é que testemunhei com tanto fervor, alegria, temor, que pude, por alguns instantes, perceber o que Paulo quis dizer quando falou aos Coríntios: Mas quando eu fui ter convosco, nada me propus, a saber, entre vós, senão a Cristo, e este crucificado (I Coríntios 2: 1,2).
            Eu não falei de igreja, eu não falei de nada do que ela teria de que deixar de fazer. Simplesmente expus a ele seu estado pecaminoso e a maneira amorosa de Deus a salva-la. Eu não estou preocupado com o que deixei de falar. Vou orar para Deus inflame no coração dela o desejo de se arrepender e voltar-se para Cristo.
            Amados, precisamos pregar a Cristo. Precisamos falar de pecado, perdão, amor. Enquanto insistirmos em oferecer ao mundo um quadro belo de felicidade e bênçãos, eles NUNCA VÃO RECONHECER SEUS PECADOS E NUNCA CONHECERÃO A DEUS! Mais uma vez: nossa igreja pentecostal precisa de um avivamento bíblico, e então não nos sentiremos mais débeis ao ler sobre os heróis da fé, mas construiremos mais edifícios espirituais sobre a verdadeira pedra fundamental, Jesus! (Efésios 2: 20).

            

O Objetivo da Nossa Busca

                   Minha salvação não decorre de uma vontade minha, humana, carnal. Isso porque eu não tenho capacidade buscar. A palavra de Deus ensina que não há ninguém busque a Deus, ninguém que entenda (Romanos 3: 11). Isso significa que mesmo que houvesse vontade, eu não teria entendimento para, de fato, buscar a Deus. Isso abre uma linha limitadora: há pessoas que até mesmo pensam estar buscando a Deus, mas não entendem. Um exemplo é a mulher samaritana do texto do evangelho de João. Jesus foi bem claro quando disse que ela buscava um Deus que ela não conhecia (João 4: 22). Naquele tempo, a revelação do Deus verdadeiro estava limitada aos judeus. Mas com o advento de Cristo, todos quantos creem em Cristo têm essa capacidade dupla de vontade e entendimento (Efésios 2: 14 a 16).
            É necessário entender que buscar a Deus vai muito além de vontade. Envolve uma ação divina, que é como que o fogo que se alastra na alma, criando uma combustão. Pense assim: a minha vontade é como pólvora. Tem todas as propriedades necessárias para explodir, se alastrar, mas sem fogo, é somente pólvora. Se lermos os primeiros capítulos da bíblia perceberemos alguns detalhes. Ainda que Deus tivesse relacionamento com o homem desde Adão e Eva, passando por Abel e Caim, é somente no capitulo 4 verso 26 que aparece a ideia de buscar a Deus : então começou-se a invocar o nome do Senhor. Mas a recompensa por essa busca só viria com Noé, com quem Deus fez conhecer sua vontade.
            Ao contrário do que muitos imaginam, desde a era pré-diluviana, passando pelo período dos patriarcas até chegar-se a lei, já havia um culto a Deus, tanto é que no capítulo 14 verso 18 de Genesis é relatado o encontro de Abraão com o sacerdote do Deus altíssimo, Melquisedeque. Mas a bíblia não relata como eram estes cultos. Ela nos aponta apenas os períodos e episódios que Deus se manifestou aos que o buscavam. Isso me leva a uma pergunta: é possível buscar a Deus e não ser correspondido?
            A resposta da pergunta é encontrada em Jeremias 29: 13. Vejamos: E buscar-me-eis, e me achareis, quando buscardes de todo os vosso coração.
            Precisamos entender o contexto: o povo israelita estava no cativeiro da babilônia, quando Jeremias, inspirado por Deus, enviou uma carta aos que estavam cativos: uma carta de promessa de livramento. Há aqui varias explicações divinas sobre o ocorrido, demonstrando que era um plano divino todo o acontecimento, dizendo até mesmo o período que duraria o cativeiro (29: 10). O sentimento era de consternação, tristeza, medo e incerteza pairavam nos corações dos judeus. É aqui que está o ponto principal: não havia qualquer orgulho, sentimento de soberba ou vaidade; a promessa de Deus era a restituição, à volta a Jerusalém. As instruções eram claras: crescer (29: 5,6), mas o grande apelo era: busquem-me. E eis um forte ensinamento: buscar a Deus envolve uma renuncia de tudo aquilo que prezamos, sem necessariamente deixar de fazê-lo. O maior orgulho de um israelita era sua família, sua casa e seus bens. Deus disse: continuem a fazê-lo. Mas o fato de estarem numa terra estranha deixava o povo com a sensação de deslocamento, pois aquele não era o lugar deles. Ou seja, mesmo que edificassem, crescessem e se multiplicassem, deveriam sempre estar preparados para voltar para a sua pátria. Eles estavam na babilônia, mas o coração estava em Jerusalém, o único lugar onde eles poderiam prestar um culto verdadeiro ao Deus verdadeiro. E essa era alma, a história daquele povo, sua essência. Por consequência, a primazia deles estaria em Deus.
            O que isso quer dizer? Que nossa busca a Deus não pode envolver qualquer projeto paralelo. A busca a Deus não deve ser um momento, mas uma vivência. E isso bate com a explicação de Paulo ao relatar como deve ser o dia-a-dia do cristão. Segundo Paulo, devemos levar todo entendimento cativo a Cristo (II Coríntios 10: 5). Devemos viver para Deus (Romanos 6: 10; Gálatas 2: 19). Em outras palavras, nossa busca Deus deve envolver cada aspecto da nossa vida, de maneira que, quer bebamos ou comemos, façamos para a glória de Deus (I Coríntios 10: 31).
            Muito bem. E o fogo? Já está em nós. O Espírito Santo cumpre o papel de Consolador, aquele ensina, convence, nos faz lembrar, nos auxilia, intercede por nós. O papel do Espírito Santo na igreja é ser a marca, o selo, o diferencial na igreja. O grande problema dos crentes de hoje é que temos o poder, a glória de Deus em nossa vida, mas não temos entendimento, discernimento. Sabemos de cor os dons e operações do Espírito de Vida, mas pouco sabemos de arrependimento, da correção do Senhor, da santificação; a consequência da busca de Deus não é somente um punhado de manifestações pentecostais, mas uma vida santa, capaz de influenciar e testemunhar do poder regenerador do evangelho. Nós, pentecostais, precisamos de um avivamento bíblico.
            Temos o fogo, mas não temos objetivos que só podem ser conhecidos pela palavra. Nossos objetivos são variados, desde milagres de cura, de prosperidade, de bonança, de alvos pessoais, mas não estamos almejando o mundo espiritual, a vitória contra o pecado, contra a carne, contra o meu eu. Não estamos crescendo na medida e estatura de Cristo. O verdadeiro alvo de buscar a Deus é a revelação de Cristo em nossa vida. Paulo podia dizer que Cristo vivia nele. Mas será que eu, pelo que conheço da palavra, posso dizer o mesmo? Buscar a Deus é isso. Penso que biblicamente, tudo o que passa disso, é vaidade.
           
            

Como Cristo



E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Romanos 8: 28-29
            Amado, irmão, crente, cristão, ou simpatizante do evangelho (nome dado carinhosamente aos que desejam ser cristãos mas não desejam largar a sua vida de pecado), tenho uma mensagem muito importante para as suas vidas. Preste bem atenção e por favor, se você for uma pessoa impressionável, ou não deseja se sentir incomodada, ou simplesmente acredita que o evangelho pregado atualmente serve muito bem para você, pare de ler agora. Sim, você não vai gostar dos parágrafos seguintes.
            DEUS NÃO TE CHAMOU PARA SER UM VENCEDOR!
            DEUS NÃO TE CHAMOU PARA SER UM CAMPEÃO!
            VOCÊ NÃO VAI AO CULTO PARA RECEBER UMA BENÇÃO!
            VOCÊ NÃO É IMPORTANTE PARA DEUS E ELE NÃO PRECISA DE VOCÊ!
            E SE VOCÊ PENSA QUE PARA SER CRISTÃO BASTA DIZER UM SIM AO CHAMADO, CHORAR UM POUQUINHO E LARGAR UM VÍCIO E OUTRO, VOLTE PARA TRÁS E ESQUEÇA! ISSO NÃO CHEGA NEM PERTO DO QUE É REALMENTE CRER EM CRISTO!         
            Eu falei que você não iria gostar. Mas se você chegou até aqui, tenho que lhe dizer algumas coisas simples. A primeira delas é que a principal mensagem do evangelho é que Deus chamou pecadores, pagando por seus pecados através da morte  de Cristo, justificando-os na cruz, trazendo-os para a luz da sua glória na sua ressurreição, afim de que vivamos para Ele, de maneira que Seu Espírito nos ensina, fortalece, convence, regenera e molda conforme a imagem de Cristo. Calma, conforme os próximos posts vou trazer cada um destes tópicos de maneira isolada.
            Outra coisa que posso lhe dizer é que viver de hinos, saboreando o mel, como Zaqueu, e de bordões do tipo tá amarrado, sai dele, tá repreendido, e fazendo orações fortes, correntes de terças-feiras, indo a montes de fogo, e ainda fazendo mil tarefas na igreja, cantando, falando em línguas pode até enganar muita, muita gente mesmo. Mas você acha que Deus, (o que salva, não o que anda por aí depositando dinheiro em conta corrente, fazendo gente emagrecer e está dando dente de ouro) cai nessa? Com eu sei disso? Eu não sei. Mas você sabe? De tudo o que você pensa, fala e faz, diante das escrituras (esse sim é Deus) o que Deus pensa de você? Muito bem? Caramba! E você ainda esta lendo isso? Que mistério! Você já deveria estar no céu...
            Deixando as ironias de lado (você já deve estar me taxando de crítico, um sem-serventia, zé-ninguém, filho do diabo, treva...) este blog serve para trazer a lembrança alguns ensinos esquecidos, não que os crentes não saibam (ahãm...), mas que são pouco pregados, ensinados, vivenciados. Coisas como santificação, arrependimento, perdão, amor, humildade, alegria de ser salvo (Com é que é?!?!). Coisas. Coisas de cristão. De crente, se você quiser. Mas há algumas palavras que aqui são abominação. Além de alguns verbetes colocados em letras grandes ali no inicio, teologia da prosperidade, teologia aberta, macumba gospel (sal, água santa, pano santo, gravata e paletó de fogo!) são coisas que eu não vou falar. E pra quem me conhece (sabe que eu sou chato mesmo!) e pra quem não me conhece (já perceberam que eu sou chato!) trarei alguns assuntos “do momento”, tentando trazer uma visão bíblica (coisa que ás vezes é difícil, não porque não a bíblia não tenha uma palavra sobre isso, mas porque tem muito fã Goshpel por aí).

            No mais, orem por mim. Seja para minha conversão (é, deixa assim), para me abençoar, ou para parar com a mania de colocar parênteses e aspas em tanta coisa! É. Por enquanto é isso. Os irmãos podem dizer amém?.