sexta-feira, 12 de abril de 2013

Não Ameis o que há no Mundo


            Nunca gostei de pessoas que usam frases bíblicas com objetivo de manipular ou humilhar pessoas. Mas hoje, melhor, agora à tarde, o Espírito Santo me trouxe a lembrança um versículo bem conhecido e que me faz recordar de pessoas assim: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele (I João 2: 15). Não amar o que há no mundo sempre foi a maneira como muitos pastores e líderes corroboravam sua aversão e contrariedade a coisas que a cultura trazia.
            Luz, rádio, televisão, internet. Foram coisas que as igrejas repudiaram, dizendo serem coisas demoníacas. Em geral, há algum tempo atrás, essas novidades (incluindo o termo gospel) eram rechaçadas ou no mínimo evitadas, sob o estandarte de que o crente não podia amar o que havia no mundo, então, tudo que viesse dele era abominável.  Luz não tem comunhão com trevas também era muito usado.
            Agora, 2013, as coisas estão diferentes. Nós amamos o que está no mundo e tudo o que ele oferece. A visão agora é a visão de Israel, de Abraão, de Davi e outros tantos conquistadores. Comeremos o melhor dessa terra...será por cabeça e não por cauda...você nunca irá além de seus sonhos...crente não pode prosperar, ele têm que prosperar...não faz mau você querer melhorar de vida, desde que seja para a glória de Deus...os ímpios tem que ver que crente também prospera...amado, declare que a benção é sua, em nome de...eu não sou dono do mundo, mas sou filho do dono...não tem problema você usufruir aquilo que tem de bom no mundo, desde que não te domine...
            Notou alguma diferença?
            Então, afinal, ou Deus mudou de visão ou tem algo errado, ou não? Quem está certo? Os que abominam o que há no mundo, ou que usam o meio termo, com propósitos eternos mas com visão terrena?
            Sinceramente, eu não sei. Nem vou dizer que possa haver um meio-termo, uma maneira de você conciliar as duas visões, porque acho que não tem. Mas percebo, por experiência que estou vivenciando, que quando vivemos para Deus, de maneira que nossos pensamentos busquem somente obedecê-lo, percebo que esse tipo de discussão não traz nenhum beneficio. Isso porque, quando nosso coração se dispõe a fazer a vontade de Deus, certas coisas simplesmente não nos chamam mais a atenção. Não é que seja pecado, errado, e muito menos que não possa usufruir (ou tenha que usufruir) de coisas que há no mundo. Elas simplesmente não me chamam a atenção.
            Há algumas semanas atrás, minhas idas a internet se resumiam a olhar filmes, seriados, baixar softwares (sou meio metido a técnico) e jogar. Pouca pesquisa sobre assuntos da bíblia, de vez em quando via uma ou outra mensagem, e tudo isso era resultado de uma vida acomodada espiritualmente. Sim, eu ia a igreja, participava de algumas coisas, e ainda tinha aquele ar de sabedoria. Aparência. Eu não cometia grandes pecados, e os pequenos eram simples, bobagens. Eu não me considerava um crente carnal, porque tinha já uma maturidade para estabelecer e manter princípios. Mas, de um modo geral, era igual a muitos.
            Então, tive mais um daqueles encontros com Deus. Todos nós passamos por períodos de marasmo espiritual, e, de repente, Deus dá uma soprada do Seu Espírito e passamos a voltar ser crentes de novo. Sabe, voltamos a orar, ler bíblia, se preocupar com vida espiritual nossa, dos outros, da igreja...
            Mas desta vez, foi diferente. Porque não foi algo bombástico. Não foi numa chuva de pentecostes, como muitos pregadores gostam de chamar. Na realidade, foi um conjunto de uma profecia dirigida a mim, a curiosidade de sempre estar lendo, buscando algo novo (isso faz diferença) e uma conversa de mais de quatro horas com um judeu cristão (que havia pregado na congregação). Não foi algo emocional, porque isso vem e desaparece em dias. E também não foi uma simples iluminação divina. Foi uma espécie de quebra-cabeças que esteve se montando em 10 anos de conversão e foi, de maneira racional e espiritual, finalizada de modo que eu não mudei, simplesmente passei a entender que precisava ser mudado. Essa “finalizada” não significa que estou perfeito e sei de todas as coisas, mas agora tenho convicção de muitas, muitas coisas.
            Dez anos sendo liderado por homens e mulheres de Deus e cada um, a seu modo, me ajudando a entender o que é evangelho. Situações e problemas que hoje vejo que faziam parte do aprendizado para chegar até o entendimento que cheguei hoje. Não é o máximo, com certeza, mas, como Albert Einstein dizia uma mente, quando cresce, nunca mais volta ao seu estado anterior.
            Detalhe: eu simplesmente entendi o que é evangelho. Eu ainda tenho muitas dúvidas, sei que haverão muito mais delas, e sei que muitas das minhas verdades hoje podem ser pulverizadas ou testadas pelo calor da prova. Eu não sou grande coisa, digo, uma grande homem de Deus. Sou jovem ainda, tentando chegar ao ministério. Mas hoje posso afirmar com total convicção o que é evangelho, porque ele veio e qual a principal finalidade dele. Eu já sabia. Eu amo teologia. Mas é muito diferente quando essas verdades arrombam seu coração de maneira que você simplesmente não consegue mais pensar, ver, andar, sentir, viver sem tem essa visão: evangelho.
            Criei esse blog simplesmente para repartir minhas descobertas dessa boa nova. Sei que existem pontos que precisam ser trabalhados por Deus na minha vida e que, ao escrever, posso me ver, a maneira como progrido nos pensamentos, e compara-los com a palavra de maneira que possa corrigir os erros que vou cometer. Isso é o que me importa.
            Acho que agora deu para entender porque o que há no mundo simplesmente não interessa. Fui confrontado de maneira tão profunda que não consigo sequer pensar no meu depois (digo, no instante que terminar este post) sem me perguntar: Deus, e agora? SOU ESCRAVO. E, se estudarem um pouco, descobriram que pouco tempo tinham os escravos para pensar em alguma coisa que não que fosse: em que posso agradar meu senhor?
            Não amar o mundo, é simplesmente, amar a Deus.
           
           
           
            

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