segunda-feira, 1 de abril de 2013

Buscando pães e peixes?



            Em João 6: 26 há uma passagem bem interessante. Jesus havia feito o milagre da multiplicação de peixes e pães, e depois passar para o outro lado do rio, em Cafarnaum, sendo que em Tiberíades Cristo havia feito o milagre, ele deu de encontro com muitos dos que havia presenciado o milagre.
            Ótimo. Sabem, nossas igrejas tem sido povoada por crentes como esses. Pessoas que foram agraciadas por milagres, intervenções divinas, mudanças extraordinárias. E nós ficamos felizes com isso, não é mesmo? Mais uma vez trago a lume a mentalidade que predomina nos púlpitos e igrejas no Brasil: se Cristo agisse conforme as ações de publicidade que as igrejas fazem hoje, como ele faria?
            A palavra disse que Cristo foi encontrado, não procurou promoção. Tanto é que versículos antes ele se ausentou porque sabia que o povo queria coroa-lo rei (João 6: 15). Vemos hoje um Cristo sendo pregado como um pop star, alguém deseja destaque na sociedade. Talvez Cristo tivesse pagado alguém para anunciar que aquele que multiplicou pães em Tiberíades estava Cafarnaum! Venham, só hoje! O que as pessoas esperariam? Vamos ser crentes, e analisar a luz das escrituras: o que há na minha mente, no meu coração, quando busco a Cristo? Quando eu dobro meus joelhos e me ponho a clamar, o que há nas minhas palavras? Pães e peixes?
            É claro que a palavra nos ensina a pedir, bater, buscar. Mas porque entre tantas petições, Cristo é relegado com agenciador e não como o motivo da nossa busca? Queremos ser cheio do Espírito por quê? Por ter um cargo? Por ter um objetivo na empresa, na escola, na igreja, para provar para os outros que Deus me escolheu, mesmo sendo o mais pobre, inculto, jogando na cara de tantos que Deus escolhe os que não são para confundir os que não são? Irmão, irmã, simpatizante do evangelho (sim, você que não quer ser crente, mas deseja ser conhecido como uma pessoa com mente aberta, mas que no fundo está indo para o inferno com sua indecisão): a luz das escrituras, o que motiva você a buscar Cristo?
            Veja bem: as pessoas que estavam em Cafarnaum estavam em Tiberíades. Mudança de vida, de estado, ter presenciado ou ter sido alvo de um milagre não significa nada se o motivo da busca não for Cristo em si! Nós somos tão orgulhosos, achamos que estamos mudando a sociedade, e que crente hoje é pessoa respeitada. Não. Pouco me importa se os outros me consideram alguma coisa. O que me importa é levantar todos os dias e me fazer esta mesmo pergunta: o que me motiva?
            Contamos testemunhos como se eles fossem grandiosos, mas e Cristo? Os testemunhos de Paulo sempre tinham um alvo: glorificar a Cristo. Sabe o que vemos hoje: o homem que era mendigo, drogado, viciado, homossexual, ladrão, assassino. Isso não quer dizer nada se minha vida não for uma busca intensa por Cristo! Eu não quero ser como Zaqueu, Davi, Jeremias, Paulo, Pedro, João! Eu quero Cristo! Sim, os exemplos de fé destes homens não deveriam ser alvos, e sim sinais da fidelidade de Deus!
Jesus respondeu aqueles: Vocês vieram pelo motivo errado! Vocês só estão aqui porque foram saciados, mas vocês continuam saciados porque a verdadeira comida não é esta: sou EU! (João 6: 47 a 51).
Como estamos equivocados! Cristo não é o cara dos milagres. Ele é motivo da nossa existência! Ele é a vida (João 1: 4). Se nossa existência não estiver focada em espelhar essa glória, somos pobres, tolos. Eu não estou dizendo que não precisamos de dinheiro, nem que eu não quero coisas boas roupas, carro, moto, e tudo aquilo que o mundo oferece. Todos queremos. E esta aí a diferença: Jesus disse que os ímpios buscam isso, e nós não somos ímpios. Leiamos Mateus 6: 24 a 34:
24 - Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
25 - Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
26 - Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27 - E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
28 - E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
29 - E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30 - Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
31 - Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32 - (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
33 - Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34 - Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
            Paremos e analisemos o verso 32 e 33. Cristo diz que somente os que não têm Deus, que não depositam sua confiança nele buscam essas coisas! Mas não está escrito que essas coisas não sejam necessárias. Antes, há uma promessa: os que primam pelo reino de Deus e sua justiça receberão aquilo que necessitam! Mais uma vez: não falo de deixar tudo pra lá, não se preparar, não investir ou buscar coisas boas. Mas a minha vida não pode ser controlada por pães e peixes! Eu não posso me achegar a Cristo com a fome de pães e peixes. Porque, em algum momento, teremos que aprender uma lição que poderá nos afastar de Cristo (João 6: 66).
            Outro detalhe: o verso 25 é ligado diretamente pelo verso 24: Ninguém pode servir a Deus e Mamom, por isso vos digo...            É necessário dizer alguma coisa? Não podemos achar que esta busca incessante por bênçãos, milagres, poder, e esse circo todo seja um avivamento cristão. Creio que o deus deste século, pelo menos o que o mundo segue, se chama Mamom, e infelizmente, a igreja que deveria estar oferecendo Cristo, está oferecendo pães e peixes para pessoas famintas de si mesmos. Aliás, será que eu também não estou? Creio que se minha fé não continuar baseada na Bíblia e na direção do Espírito Santo, temo seguir esta mesma busca.
            Amados, crentes fiéis: busquemos em oração o Cristo ressurreto. Aquele em quem habita a plenitude de Deus (Colossenses 1: 19), o que nos dá vida eterna. Chega de pães e peixes, porque Cristo é único que pode me saciar.
           
            

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