Um tempo
atrás o nosso grupo de jovens fez uma camiseta. Para colocar na camiseta uma
imagem, foi pedida a opinião de cada jovem, e eu indiquei a imagem à cima: um
cérebro com um símbolo de peixe no centro. Para mim, era algo claro, pois
sempre aprendi que o símbolo do peixe sempre foi associado ao cristianismo,
desde seu primórdio.
Mas uma
coisa realmente me deixou triste e muito preocupado: fui escarnecido. Todos (todos
os jovens) riram da minha ideia. “Tinha que ser de você mesmo!” Fiquei muito
bravo, mesmo. Não por ser ridicularizado, mas por muitos cristãos novos não conhecerem
a história da igreja. Isso é lamentável, e o que deveria ser motivo de
vergonha, é algo normal. Em outras palavras, somos uma juventude sem
identidade. Pelo menos não temos a identidade cristã que se prega.
O que é uma
identidade cristã? A palavra identidade, no sentido pessoal, significa o
conjunto de ações, pensamentos e expressões de uma pessoa, ou grupo de pessoas.
É uma marca, um modelo, estilo. Jovens que se vestem de uma determinada
maneira, falam com gírias, tem preferências musicais gostam de serem
identificados por esses gostos. É a identidade deles, a maneira como eles se
apresentam ao mundo.
O que seria
ter uma identidade cristã? Em primeiro Coríntios encontramos em Paulo uma
definição esclarecedora: Nós temos a mente de Cristo (I Coríntios 2: 16). Do
texto original, significa que temos pensamentos, sentimentos e vontades como as
de Cristo. Em Atos 11: 26 está descrito a primeira vez que as pessoas que
professavam a fé em Cristo foram chamadas de cristãs.
Partindo
destes princípios, eu pergunto: o que significa, de maneira real, ter
pensamentos, sentimentos e vontades semelhantes a Cristo? Espiritualmente
falando, é impossível uma pessoa naturalmente adquirir estas qualidades,
virtudes. No próprio texto de Paulo na primeira carta aos Coríntios, é
explicado que é impossível ao mundo, às pessoas que não creem em Cristo,
compreenderem isso (I Coríntios 2: 14). Então, pensando desta maneira, eu não
posso me classificar como cristão com os parâmetros do mundo, simplesmente
porque eles são incompatíveis.
É
necessário nascer de novo (João 3: 1 a 8). Este novo nascimento significa
morrer para o mundo, e viver para Deus (Romanos 6: 4 a 11). Paulo diz que a
nossa vida anterior a fé em Cristo, chamada de velho homem, foi crucificada com
Cristo, sendo substituída pela nova criatura (II Coríntios 5:17).
Beleza. Creio
em Cristo e tenho nova vida, sou uma nova criatura, tenho nova identidade...mas
qual? O grande problema desta geração é que, por desconhecer as escrituras, o
evangelho, pintam qualquer mudança como sendo característica desta nova
identidade. Não há parâmetros senão o cool,
o legal. Vamos fazer festas, jantas, reuniões, retiros, tudo isso para
mostrarmos como somos novas criaturas, e para ninguém reclamar, vamos colocar
tudo isso em nome de Jesus!
Na epístola
a Tito, Paulo diz o seguinte: Quanto aos
moços (jovens), exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos
(Tito 2: 6). Amados, que critérios têm definido a nossa cultura jovem cristã? Existe
algum critério? Ou será que não temos moldado a mocidade cristã conforme os
parâmetros do mundo?
Ah, irmão, o importante é mudar de vida e
dizer é que de Jesus! Não existe essa coisas de ser de Jesus, e sim estar Nele. Existe uma diferença
abismal de ser de Jesus, e estar em
Cristo. Todas as coisas, em última análise, são Dele (Romanos 11: 36;
Filipenses 2: 9 a 11). Mas estar Nele
significa conhecer e praticar seus mandamentos (há tantos versículos que
recomendo ler a primeira epístola de João, para começar). Estar em Cristo
significa, dentre outras coisas, ter uma vida agradável diante Dele. Eu não vou
aqui enumerar ou dizer o que agrada a Deus. Convoco você, irmão ou irmã que
esta lendo isso, a procurar, principalmente nos evangelhos e cartas dos
apóstolos a procurar por essa resposta.
Eu não sou
contra retiros, congressos, jantas ou qualquer outra coisa que promova a união
entre jovens. Sou contra dizer que isso é ser cristão. Um verdadeiro cristão
baseia a sua vida na comunhão com Deus, através das escrituras, da oração, e da
busca de uma vida piedosa.
Isso não
significa perfeição, mas uma vida humilde, quebrantada, de temor. Segundo o Dr.
R.C. Sproul: de fato, quanto mais
piedosos somos, quanto mais nos esforçamos para sermos dedicados, tanto mais
dolorosamente cônscios de nossos pecados seremos.
Precisamos
de jovens piedosos, em vez de jovens com identidade própria. Piedade, amor, fé
e perseverança sempre foram e sempre serão as marcas de um cristão, a
verdadeira nova identidade evangélica (Mateus 10: 22; João 13: 35; II Pedro 1:
3 a 8).
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